Esquece tudo que tu acha que sabe sobre mineração. O Projeto S11D Eliezer Batista, fincado no coração da Serra Sul de Carajás, no Pará, é simplesmente o maior monstro já construído na história da mineração de ferro mundial. Não é uma mina, é uma máquina de guerra. Comandado pela Vale, esse projeto é uma bomba atômica de investimento, tecnologia e estratégia. Quando eles dizem que é o maior projeto da história da empresa — e da indústria — não é marketing, é fato. É um novo padrão global sendo desenhado na porrada.
Mas o bagulho não para no tamanho. O objetivo era um só: transformar a Vale na mineradora de ferro mais barata do planeta. E não é papo furado. O custo por tonelada entregue no Terminal de Ponta da Madeira (MA) era pra bater US$ 7,7. Isso aí é 47% a menos do que o custo médio da empresa na época. Traduzindo: uma vantagem competitiva descomunal num mercado onde o preço muda mais do que humor de investidor.
E se liga na malandragem: o minério do S11D é tão puro que dá pra misturar com minério mais fraco de outras minas e ainda sair no lucro. Resultado? Um portfólio afiado e um domínio maior nas vendas internacionais. É jogada de mestre, tipo misturar whisky 18 anos com água de coco e ainda ficar premium.
Agora segura: os caras meteram US$ 14,3 bilhões no projeto. Não é só mina, é sistema completo. US$ 6,4 bi na operação (mina e usina) e mais US$ 7,9 bi em infraestrutura — estrada, ferrovia, porto, o caralho. Vale ressaltar: teve previsão de quase US$ 20 bilhões no começo, mas os malucos otimizaram tudo e entregaram por bem menos. Eficiência cirúrgica. Isso aqui não é só extração, é uma operação integrada, do tipo que transforma minério bruto em grana no caixa sem perder tempo.
👁 Visão de Quebrada O S11D é tipo um Comando Vermelho da mineração: bem estruturado, brutalmente eficiente, e com uma visão de longo prazo que faz qualquer concorrente mijar nas calças. É o tipo de projeto que muda o tabuleiro — quem não entende isso tá condenado a viver na sombra dos gigantes. Se tu quer aprender o que é execução de verdade, tá aqui o manual. Não é sobre cavar buraco — é sobre cavar o futuro.
II. Onde Tudo Começa: A Mina, a História e o Colosso Chamado S11D
A redução do orçamento final do S11D de US$ 19,7 bilhões para US$ 14,3 bilhões não foi um milagre — foi execução de elite, milimetricamente orquestrada. A Vale enfiou a faca nos custos sem derrubar a qualidade, fazendo cortes cirúrgicos em fornecedores, renegociando contratos pesados, ajustando cronogramas e aproveitando como ninguém a desvalorização do real frente ao dólar. Cada centavo economizado virou munição pra acelerar o projeto e manter o retorno sobre investimento lá no alto. Os caras cortaram quase US$ 5,4 bilhões sem perder performance — isso é coisa de psicopata de Excel com visão de CEO global.
Agora presta atenção: dos US$ 14,3 bilhões, nada menos que US$ 7,9 bilhões foram torrados com gasto em infraestrutura logística. Isso não é exagero — é estratégia de guerra. A Vale não queria só tirar minério da terra. Queria fazer esse minério chegar no navio, pronto pra exportação, com eficiência robótica. Estamos falando de ferrovias, pátios de estocagem, correias transportadoras gigantescas e terminal portuário operando como se fosse parte da mesma engrenagem. A logística aqui não é apoio — é protagonista. Sem ela, o minério não vira dinheiro.
E aqui entra o conceito que resume tudo: “Mine-to-Port”. Mas esquece essa sigla de PowerPoint — na prática, é uma filosofia de operação integrada onde tudo funciona em sincronia: mina, usina, ferrovia e porto. Nada de depender de caminhão no barro, nada de gargalo entre produção e entrega. É tudo na linha — automação, velocidade e controle absoluto. Com isso, a Vale não só corta custo, mas ganha uma escala de operação que deixa concorrente tremendo de medo. É menos custo fixo, mais previsibilidade e um domínio de ponta a ponta que faz qualquer mineradora parecer amadora.
👁 Visão de Quebrada Irmão, isso é o que separa os moleques dos monstros. O S11D não foi só um projeto gigante — foi um projeto inteligente, onde cada real foi usado pra gerar vantagem estrutural. A galera olha pro número e acha que é só gastar bilhões. Não é. É saber onde meter o bilhão certo pra não depender de ninguém, mandar no fluxo e criar um sistema autônomo de produção e lucro. Isso é poder real: não é sobre cavar buraco, é sobre construir domínio. E a Vale fez isso com frieza de mafioso e precisão de cirurgião. Quem não aprende com isso, vai continuar vendendo minério como se fosse areia de praia.
III.Beneficiamento a Seco: Lucro com Sustentabilidade
Uma das grandes sacadas do S11D é o uso do processamento a seco, ou seja, sem gastar água pra separar o minério. O próprio minério já vem com a umidade necessária — e isso muda o jogo.
Benefícios:
Economia de água brutal: 93% menos consumo em comparação com modelos antigos. Isso equivale a abastecer uma cidade de 400 mil pessoas por um ano.
Fim das barragens de rejeito: O minério é tão puro que o processo não gera rejeito úmido. Sem barragem, sem risco de desastre.
Corte nos custos operacionais: Menos água, menos estrutura, menos manutenção.
Isso não é só “mineração verde” no papel. É resposta direta aos erros do passado e um modelo que a Vale vai aplicar em 100% do Sistema Norte até 2027.
Sistema Truckless: Transporte Inteligente e Limpo
Nada de caminhão diesel subindo e descendo morro. O transporte dentro da mina é feito por correias transportadoras de até 68 km, ligadas a escavadeiras e britadores móveis. É o que chamam de sistema truckless.
Vantagens:
70% menos diesel queimado.
50% menos emissão de gases poluentes.
Redução de resíduos como pneus, óleos e filtros.
Menos dependência de mão de obra especializada, o que é crucial em áreas remotas.
Na prática, o S11D evoluiu pra um modelo híbrido, com uso pontual de caminhões pra lidar com rochas mais duras (como a jaspilita). Essa adaptação mostra que eficiência e sustentabilidade não são verdades fixas — são processos vivos que exigem flexibilidade.
Construção Modular: Engenharia Inteligente
Outra inovação foi a construção modular da usina. Grandes blocos da planta foram pré-montados em Canaã dos Carajás (a 53 km da mina) e depois levados até o local final. Um esquema parecido com o usado em plataformas de petróleo offshore.
Resultado:
Acelerou a obra.
Reduziu custo.
Evitou desmatamento desnecessário na Floresta Nacional de Carajás.
Diminuiu o impacto social por concentrar menos trabalhadores no canteiro.
É engenharia a serviço da sustentabilidade de verdade — sem greenwashing.
Tabela 2: Comparativo de Impactos Ambientais do S11D (Convencional vs. Inovador)
Parâmetro Ambiental
Cenário Convencional (Estimativa)
Cenário S11D com Inovação
Redução Percentual
Fonte
Consumo de Água
~1,7 milhão m³/mês (para planta do mesmo tamanho)
110.000 m³/mês
93%
Emissões de GEE
–
Redução de 130.000 tCO2e/ano
50%
Consumo de Diesel
Uso de 100 caminhões fora-de-estrada (240t)
Eliminação da maioria dos caminhões
70-77%
Geração de Rejeitos
Necessidade de barragens de rejeitos
Eliminação de barragens de rejeitos
100%
Supressão de Vegetação (Flonaca)
Plano original: 2.600 hectares
Redução da supressão na Flonaca
>40%
IV. Logística Integrada: O Esquema “Da Mina ao Porto”
Gestão Ambiental e os B.O. do Projeto
Tocar um projeto do tamanho do S11D dentro da Floresta Nacional de Carajás (Flonaca) não é brincadeira. É zona de preservação, território sensível, cheio de regra, olho público e pressão de tudo quanto é lado. Pra funcionar ali, a Vale teve que abrir o cofre e montar um plano ambiental pesado — mas isso não livrou a empresa de críticas, tretas com indígenas e polêmicas antigas que ainda colam no nome dela como mancha de óleo.
Planejamento Ambiental: Estratégia pra não virar vilã
A Vale não entrou de qualquer jeito na floresta. Teve estratégia, cálculo e grana pesada pra tentar reduzir o estrago:
Usina fora da Flonaca: A parte pesada da operação (usina, pilhas de estéril, pátios) foi construída em áreas já desmatadas, como pastagens. Isso reduziu em 40% a supressão de vegetação comparado ao plano original.
Pegada mínima: Mesmo com o S11D rodando no talo, menos de 4% da Flonaca foi afetada — e olha que a área toda tem mais de 412 mil hectares.
Compensação e recuperação: A Vale comprou 10.300 hectares de pasto degradado pra recuperar com vegetação nativa. Parte disso vai formar uma nova Reserva Legal e conectar áreas isoladas da floresta. Além disso, o programa Corredor Ecológico (com o ICMBio) tá recuperando mais de 2.200 hectares.
Pesquisa e parceria: O projeto tem dedo do ICMBio, gestão de quase 800 mil hectares no Mosaico de Carajás, e até programa de genômica da biodiversidade. E pra mostrar “padrão gringo”, a Vale adotou critérios da IFC (Corporação Financeira Internacional).
Tudo isso coloca o S11D como um dos projetos com pegada mais “greenwashed-chique” da mineração global. Mas nem tudo são flores tropicais.
As Polêmicas Pesadas: quando a mineração atropela gente
Mesmo com o cuidado ambiental no papel, o S11D coleciona críticas, especialmente quando o assunto é gente — principalmente indígena.
1. Projeto dentro da Floresta Nacional
O fato da operação estar dentro de uma área de proteção já acendeu o alerta vermelho desde o licenciamento. Muita gente questionou como foi possível liberar isso sem conflito ético.
2. Povos Indígenas e a Ferrovia
A duplicação da Estrada de Ferro Carajás (EFC) trouxe o caos pras aldeias Gavião da Terra Indígena Mãe Maria. Os relatos são pesados:
Caça e pesca prejudicadas
Acesso a rios bloqueado
Barulho e rachaduras nas casas por causa dos trens
Divisões internas causadas por dinheiro de compensação
Mortes em travessias e tensão com seguranças
Acusações de manipulação de consentimento durante a pandemia
Ainda teve denúncia de que a Vale cortou apoio à saúde indígena de alta complexidade, empurrando a bomba pro SUS e enfraquecendo a autonomia das comunidades.
O Problema Maior: Dinheiro que fragmenta e finge resolver
O uso de compensação financeira como moeda de troca gera um efeito colateral perverso: racha as comunidades e transforma a Vale em uma espécie de “Estado paralelo”. A empresa diz que não quer substituir o governo, mas na prática, age como se fosse.
Isso revela o lado sujo da sustentabilidade corporativa: uma coisa é plantar árvore, outra é lidar com cultura, território e povo tradicional sem quebrar tudo no meio. Aqui, a mineração bateu de frente com direitos humanos.
Barragens, Trauma e Reputação Queimada
Mesmo o S11D sendo dry (sem barragem de rejeito), a reputação da Vale ainda fede por causa dos crimes ambientais em Mariana (2015) e Brumadinho (2019).
Essas tragédias viraram cicatriz aberta na opinião pública e colocaram todos os projetos da empresa sob desconfiança. A falta de punição real, as informações omitidas e os processos enrolados jogam a confiança da sociedade lá no chão.
Reverter isso vai demorar, e cada passo da Vale hoje carrega o peso de tudo que ela quebrou ontem.
Resumo Cru: sustentabilidade de verdade é mais do que reflorestamento
A gestão ambiental do S11D tem seus méritos. Mas o projeto mostra que, em megaprojetos de mineração, “sustentabilidade” não é só árvore plantada — é também ouvir gente, respeitar cultura, garantir direitos e não jogar dinheiro como se fosse tapa-buraco social.
Se não tiver ética na gestão social, o green vira só maquiagem pra exploração.
V. Impactos Socioeconômicos e Desenvolvimento Regional
O S11D não chegou em Canaã dos Carajás só como um projeto bilionário — chegou como um furacão que mudou completamente a estrutura econômica e social da região. E não só lá: o Pará e o Maranhão também sentiram o impacto, pra bem e pra mal.
Geração de Empregos: Da explosão ao encolhimento
Fase de Construção: No auge da obra, o canteiro virou praticamente uma cidade. Foram mais de 30 mil trabalhadores, em sua maioria do Pará e do Maranhão. Gente da região com trampo garantido, dinheiro circulando, comércio bombando. O impacto foi brutal no desenvolvimento local.
Fase de Operação: Com a mina funcionando, o número de empregos caiu — como era esperado. A previsão era de 2.600 empregos diretos e cerca de 7.000 indiretos. Só que aí bate a real: o sistema é automatizado, é “truckless”, é tech. Resultado? Menos vaga, mais máquina.
Muita gente que surfou na construção ficou sem chão depois. Pequenos negócios fecharam, a economia local encolheu, e a desigualdade cresceu. O que era boom virou uma ressaca que exigiu (e ainda exige) reinvenção econômica.
Grana no Caixa: A CFEM explodiu a arrecadação
Royalties na veia: O efeito na arrecadação de Canaã dos Carajás foi surreal. Em 2016, a cidade embolsou R$ 18,7 milhões em CFEM. Em 2020? R$ 643 milhões. Isso mesmo: 34 vezes mais em quatro anos.
Essa grana turbinou a cidade:
Avenidas novas, terminal rodoviário, etapa da Transcarajás.
Criação de um Fundo Municipal de Desenvolvimento Sustentável, com 5% da CFEM.
Doação do antigo canteiro pra virar faculdade pública e Distrito Industrial.
O município, que era só mais um ponto no mapa, virou referência em arrecadação e gestão de royalties.
Responsabilidade Social: O mínimo pra operar sem guerra
A Fundação Vale atua em paralelo, tocando projetos de educação, saúde básica e negócios sociais. Isso ajuda, claro, mas também joga luz em algo mais profundo: a substituição parcial do Estado pela empresa.
A galera da cidade começa a enxergar a Vale como provedora, enquanto o poder público some ou assiste. A própria Vale já disse: “não queremos substituir o Estado”. Mas na prática… já tá substituindo.
Reflexão Final: o ouro que vira vício
O S11D transformou Canaã dos Carajás. Jogou a cidade num patamar fiscal altíssimo, trouxe infraestrutura e colocou comida na mesa de muita gente. Mas também criou dependência, como se a CFEM fosse uma espécie de “pensão de luxo”.
Se a cotação do minério despencar ou a mina secar, o colapso pode ser feio. Por isso, diversificar agora é questão de sobrevivência — ou o que foi salvação pode virar ruína.
Tabela 3: Geração de Empregos e Contribuição Econômica do S11D
Fase do Projeto
Tipo de Emprego
Número de Empregos
Impacto na Arrecadação Municipal (CFEM)
Outros Investimentos/Benefícios
Fonte
Construção
Diretos e Indiretos
~30.000 (pico)
N/A
Desenvolvimento regional no Pará e Maranhão.
Operação
Diretos
2.600 (previsão)
Aumento de 34x na CFEM de Canaã dos Carajás (2016: R$ 18,7 mi; 2020: R$ 643 mi)
Aplicação de recursos em infraestrutura (Transcarajás, terminal rodoviário, avenidas).
Operação
Indiretos
~7.000 (previsão)
Criação de Fundo Municipal de Desenvolvimento Sustentável (5% da CFEM).
Doação de canteiro do S11D para faculdade pública e Distrito Industrial.
Geral
N/A
N/A
Impacto positivo nas exportações brasileiras.
Programas sociais da Fundação Vale (educação, saúde, negócios sociais).
VI. Gestão Ambiental e Desafios
O Corre do S11D na Selva,
Mano, mó fita esse papo do Projeto S11D lá na Floresta Nacional de Carajás. É tipo assim, construir um arranha-céu no meio do seu quintal, saca? Os caras meteram a visão que ia ter um “planejamento ambiental rigoroso” e que ia investir uma grana preta em “medidas de mitigação e compensação”. Bonito no papel, né? É tipo quando o seu amigo promete que vai pagar a dívida do cartão semana que vem… A gente até acredita, mas fica com o pé atrás.
Impacto na Quebrada Verde
E não é que deu b.o mesmo? Esse bagulho de “controvérsias e críticas” é a realidade batendo na porta. Principalmente quando o assunto é impacto social e ambiental. Pra nós, da quebrada, é tipo assim: se você mexe no corre da natureza, uma hora a fatura chega. E quem sente mais somos nós, que vivemos da terra, do rio, da mata. A floresta é a nossa casa, parça, não é só um lugar pra tirar minério.
O Saldo Final: É Zica ou é Suave?
Então, qual que é a fita? O projeto pode até trazer uma grana, mas e o preço que a gente paga? É tipo ganhar na Mega Sena e perder a família, tá ligado? Tem que colocar na balança e ver se o lucro vale o prejuízo. Porque o meio ambiente não é só um detalhe, é a nossa vida. E a galera que mora lá, que vive da floresta, como é que fica?
No final das contas, meu mano, sempre tem dois lados da moeda. E o Piolho aqui tá ligado que nem sempre o brilho do ouro vale a pena se a gente apaga a luz da nossa própria casa.
Planejamento Ambiental Rigoroso
A Vale implementou uma série de medidas para minimizar a interferência no bioma amazônico:
Localização da Usina: Grande parte da operação, incluindo a usina de beneficiamento, os pátios de estocagem e as pilhas de estéril, foi instalada fora da Flonaca, em áreas de pastagem. Essa decisão estratégica minimizou a supressão de vegetação na floresta em mais de 40% em comparação com o plano original, que previa 2.600 hectares.
Pegada Ambiental Reduzida: Mesmo após a implementação completa do S11D, menos de 4% da Flonaca, que abrange 412 mil hectares, foi afetada por atividades de mineração desde que a Vale se estabeleceu na região há mais de 30 anos.
Compensação e Recuperação de Áreas: A Vale adquiriu 10.300 hectares de pastagens degradadas ao redor da usina para fins de compensação ambiental. Parte dessas áreas será replantada com árvores nativas para formar a “Reserva Legal” do projeto e conectar fragmentos florestais isolados. O programa “Corredor Ecológico”, em parceria com o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), visa a recuperação de 2.221 hectares de áreas degradadas
Parcerias e Pesquisa: A Vale colabora com o ICMBio para proteger cerca de 800.000 hectares de florestas no Mosaico de Carajás e desenvolve programas como o de Genômica da Biodiversidade Brasileira. O projeto S11D também permitiu o aprofundamento e a adaptação dos padrões de desempenho internacionais da IFC (Corporação Financeira Internacional) para a gestão da biodiversidade.
A estratégia ambiental da Vale no S11D vai além da mitigação direta, incorporando a compensação e a conservação em larga escala por meio de parcerias e investimentos em biodiversidade. Isso sugere uma abordagem mais sofisticada, buscando um “impacto positivo líquido” ou “perda líquida zero” , com o objetivo de equilibrar a exploração mineral com a proteção de um bioma crítico. A adoção de padrões internacionais como os da IFC demonstra um alinhamento com as melhores práticas globais em gestão ambiental, posicionando o S11D como um caso de estudo em mineração de larga escala dentro de ecossistemas sensíveis.
Controvérsias e Críticas
Apesar dos esforços em sustentabilidade, o Projeto S11D e a atuação da Vale na região têm sido alvo de controvérsias e críticas significativas.
Impactos na Floresta Nacional de Carajás: A própria localização do projeto em uma área de preservação ambiental gerou questionamentos ambientais e sociais durante o processo de licenciamento.
Relação com Comunidades Indígenas e Expansão Ferroviária: As críticas mais acentuadas vêm dos impactos da duplicação da Estrada de Ferro Carajás (EFC) na vida dos povos indígenas Gavião da Terra Indígena Mãe Maria. Relatos incluem:
Impacto no modo de vida: Afastamento de caça, interrupção do acesso a corpos d’água e desorganização do modo de vida tradicional.
Divisões internas: A introdução de dinheiro de compensação pela Vale teria gerado divisões internas e fragmentado a coesão social das aldeias Gavião.
Problemas de segurança: Mortes ocorreram em travessias da linha férrea, e o constante ruído dos trens tem desestabilizado casas e causado rachaduras em paredes e fundações.
Conflitos e Acusações: Houve relatos de conflitos violentos com seguranças contratados pela Vale. Líderes indígenas alegam que a Vale utilizou estratégias “duvidosas e antiéticas” para obter consentimento para a duplicação da ferrovia, desrespeitando o direito dos povos indígenas de negar consentimento e aproveitando a necessidade durante a pandemia de COVID-19 para minar a resistência à expansão.
Saúde e Autonomia: A Vale também teria retirado o apoio a procedimentos de saúde de alta complexidade, não cobertos pelo sistema de saúde indígena do Ministério da Saúde, e as comunidades indígenas teriam perdido autonomia com novos acordos de compensação.
As controvérsias sociais e ambientais, particularmente as relacionadas às comunidades indígenas e à expansão da ferrovia , revelam a tensão inerente entre o desenvolvimento de megaempreendimentos e os direitos e modos de vida das populações locais. A introdução de compensações financeiras que fragmentam comunidades é um exemplo complexo de impacto social adverso, mesmo quando a intenção é mitigar danos. Isso sublinha que a “sustentabilidade” em grandes projetos de mineração é um conceito multifacetado e contestado, que exige mais do que apenas conformidade ambiental, mas também uma gestão social robusta e ética.
Preocupações com Segurança de Barragens: Embora o S11D não utilize barragens de rejeitos devido ao seu processo a seco , a reputação da Vale foi severamente afetada por desastres de barragens em outras operações, como Mariana (2015) e Brumadinho (2019). Essas tragédias geraram críticas sobre a omissão de informações sobre riscos, falta de transparência e falhas na punição dos responsáveis. A percepção pública da Vale é moldada por esses eventos, o que pode influenciar a aceitação de todos os seus projetos, incluindo o S11D. A empresa tem enfrentado disputas legais e ações judiciais relacionadas a esses eventos. A gestão da reputação e a reconstrução da confiança com a sociedade são desafios contínuos para a Vale.
Ano/Período
Capacidade de Produção (Mtpa)
Observações
Fonte
2017
22 (estimado)
Primeiro ano de operação.
2018
50-55 (esperado)
Ramp-up contínuo.
2019
70-80 (previsto)
Ramp-up contínuo.
2020
90 (atingido)
Capacidade nominal plena.
2024 (4T)
Recorde de produção
Otimização de portfólio, priorizando minérios de maior margem.
2024 (1T)
17.71 (recorde para o período)
Maior produção para um primeiro trimestre desde 2020.
2026
120 (previsto)
Meta do Projeto Serra Sul 120.
2030
200 (na região de Carajás)
Meta do Programa Novo Carajás, incluindo S11D e outras minas.